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Violência contra moradores de rua resulta, em 2017, na morte de 40 pessoas em Maceió, denuncia Movim

Maceió registrou 40 assassinatos de moradores de rua em 2017. O número é do Movimento Nacional da População de Rua em Alagoas, que afirma que além da falta de segurança para a população de rua, as mortes não estão sendo investigadas.

O G1 entrou em contato com o delegado Fábio Costa, coordenador da Delegacia de Homicídios da Capital. Ele disse que todos os homicídios são investigados, independente de quem seja a vítima, e que na maioria dos casos, as vítimas foram mortas por outros moradores de rua.

O delegado não soube confirmar o número passado pelos representantes dos moradores de rua, mas informou que parte das mortes tem ligação com o tráfico de drogas, assaltos e outros crimes. A reportagem também entrou em contato com a Polícia Militar, mas ainda não teve retorno.

De acordo com o coordenador do movimento, Rafael Machado, esses números foram registrados entre agosto e dezembro. O caso mais recente foi na quinta-feira (21), quando um jovem de 20 anos, identificado apenas como Rodrigo, foi morto no Centro, próximo ao Shopping Popular.

Na madrugada daquele mesmo dia, outro morador de rua, identificado apenas como "Caroço", foi morto a tiros no terminal de ônibus no bairro da Levada. Ele foi atingido por quatro disparos de arma de fogo, três no peito e um nas costas.

“Não há investigações e ninguém sabe quem são os culpados. Maceió tem histórico de violência contra a população de rua. Quando começam as mortes, é direto. Por isso tantos casos em um intervalo pequeno de tempo. É uma higienização social, uma violação dos nossos direitos”, afirma Machado.

Já Luiz Edvaldo Vicente de Barreto, coordenador da base Centro do Movimento, denuncia que policiais que atuam na região da Assembleia Legislativa (ALE-AL) agridem os moradores de rua que vivem na praça em frente.

“Anteontem, um menino de 15 anos foi espancado pelos seguranças da Assembleia. Eles estão espancando demais os moradores de rua. Nós estamos sendo mortos a pedradas, facadas, tiros”, lamenta Barreto.

Ele diz ainda que os advogados que representam o movimento enviaram um ofício à Secretaria de Segurança Pública (SSP) solicitando uma reunião com o secretário Lima Júnior. O movimento ainda agurda resposta.

Para protestar contra essa situação, o Movimento que representa os moradores de rua vai realizar neste sábado (23) um ato na Praça Dom Pedro II, no Centro. A ação, prevista para começar às 8h e que terá café da manhã e apresentações culturais e religiosas, conta com o apoio da Casa de Ranquines.



FOTO: Matheus Nascimento

FONTE: https://g1.globo.com/al/alagoas/noticia/violencia-contra-moradores-de-rua-resulta-na-morte-de-40-pessoas-em-alagoas-denuncia-movimento-nacional.ghtml

TEXTO: Derek Gustavo, G1 AL.

22/12/2017 19h22 Atualizado 22/12/2017 19h51

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